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Documentário Ilhas Desconhecidas

 

Documentário Ilhas Desconhecidas (Realização de Vicente Jorge Silva)
85 Anos depois da viagem de Raul Brandão, sinta as cores e os contrastes dos Açores...

As Ilhas Desconhecidas - Faial, Pico e Ilha da Madeira

Fiquei deveras impressionado pela qualidade e criatividade desta inovadora peça audiovisual, que só uma alma culta, inquieta e de ilhéu, como Vicente Jorge Silva, poderia produzir e cujos contornos estão primorosamente patentes neste documentário, que será mais um excelente veículo de promoção da nossa terra.
“Um dos principais livros de viagens da literatura portuguesa e, sem dúvida, o maior escrito no último século, “As Ilhas Desconhecidas” de Raul Brandão (1867-1930) é o relato de uma longa digressão pelos arquipélagos dos Açores e da Madeira, entre Junho e Agosto de 1924. Uma época em que as paisagens, tradições, modos de vida e costumes insulares eram ainda muito pouco conhecidos no continente.”

Montanha do Topo na Ilha do Pico

Embora hoje já não sejamos tão desconhecidos, “O Segundo episódio da série que Vicente Jorge Silva adaptou do grande clássico de Raul Brandão, As Ilhas Desconhecidas, aborda as ilhas do Faial e o Pico - a ilha que mais fascinou Brandão na sua viagem pelos Açores e a Madeira - são revisitadas, oitenta e cinco anos depois. Lugares impregnados de memória e força telúrica, mas onde o tempo deixou marcas profundas. Do vulcão dos Capelinhos até à montanha do Pico, uma redescoberta dos segredos e magia dos Açores.”
Diversos depoimentos enriquecem as imagens deste trabalho: Francisco Barbeiro (90 anos) que na sua tão peculiar conversa afável e pachorrenta culmina com a afirmação dessa data que não mais esquecerá: a última baleia foi apanhada nas Lajes em 1987,Nov,14; o construtor de botes baleeiros, João S. Tavares; o introdutor da actividade de observação de cetáceos nos Açores, nas Lajes do Pico, o Serge Viallelle, e também o testemunho de um casal, dos muitos estrangeiros que optaram por cá ficar, a Danusha Waskiewicz (Violetista da Filarmónica de Berlim). Mas o discorrer fluente e cativante do Dr. Manuel Costa, director do Museu Regional do Pico e do Museu dos Baleeiros, é a parte mais marcante no que se refere à nossa ilha: “… O vinho começou com o início do povoamento… há uma certa mitificação sobre o Czar – o vinho mais excepcional… é uma homenagem à tenacidade do homem do Pico, que numa natureza adversa consegue fazer da pedra vinho, (…) se por um lado o vinho e a vinha marcaram de forma indelével a vida desta ilha, o ciclo da baleia veio substituir a meados do sec. XIX, o ciclo do vinho… A baleação vem com o regresso dos primeiros emigrantes que haviam partido de salto nas baleeiras americanas… o fim desta actividade impregnou os Açores e o Pico, modéstia à parte, assume o protagonismo da baleação açoriana… o Pico foi a sede e a capital da baleação açoriana… o Homem do Pico é o Açoriano mais marcado pela ambivalência terra-mar. Não consegue viver só duma delas. A míngua de terra e o seu lado inóspito obrigou e deu-lhe engenho para a ligação dupla e nenhuma delas era principal. A baleação era uma actividade acessória. O baleeiro também era pescador, cabeleireiro e agricultor ou professor e pescador e vinhateiro, ou pastor, tanoeiro e baleeiro…”
Temos pois mais esta importantíssima ferramenta de divulgação da nossa ilha, patrocinada pelo Governo dos Açores e que está à disposição de todos os cibernautas, documentário excelente que termina com imagens da montanha e com frases como esta:
“Esta ilha (o Pico) apoderou-se dos meus sentidos” (voz de João Perry) - Raul Brandão.
Mas não termino sem vos deixar este  sintomático depoimento do produtor Vicente J. Silva no seu blog: “Podem ser múltiplos os prazeres: mergulhar, pescar, viajar em pequenos veleiros ou barcos de borracha, passear pelos trilhos da montanha e das ‘florestas adormecidas’ acompanhar a vertigem das cascatas que se desprendem do alto das penedias sobre crateras e lagoas, ou simplesmente olhar em volta e para dentro de si mesmo no retiro de uma minúscula fajã perdida no mapa…
Sobretudo no Pico – a mais prodigiosa ilha dos Açores, cuja montanha parece perseguir-nos por todas as outras ilhas do canal”.

 

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